Diálogos improváveis no comércio tradicional
-Boa tarde.
-Boa tarde, vizinho. Então como é que isso vai?
-Vai-se andando. Umas vezes melhor, outras pior.
-E enquanto for assim estamos nós bem, não é?
-Ah pois…
-Então é só a alface e as latas de atum?
-Não. Queria mais uma coisa. O que é que tem de camisas de vénus?
-Estou a ver que vamos ter festa, hã?
-De vez em quando lá calha.
-Ora bem… camisas de vénus… camisas de vénus… Temos estas. Temos estas assim… Temos estas da mesma marca…
-Estas aqui são boas?
-Estas? Não são más. Mas por mais vinte cêntimos leva estas e vai muito mais bem servido.
-Ah sim?
-E até lhe digo que lá em casa só se gasta destas. Tanto eu como o meu filho não queremos outra coisa. Não passa nada. E além disso estas são sensitive, está a ver?
-Sensitive?
-Pois… têm assim um relevo que a minha mulher diz que estimula o ponto G ou lá o que é… Coisas lá delas.
-Mas já teve queixa das mais baratas?
-Isto fica aqui entre nós mas já tive, sim senhor. Parece que não são lá muito resistentes. Carrega-se um bocadinho na fricção e zás. Estalam. Sobretudo no coito anal.
-Ó diabo… assim é que não… e aquelas embalagens coloridas ali?
-Aquelas são com sabor. Para a estimulação oral. Quer que eu lhe mostre uma caixa?
-Deixe lá. Não vale a pena que a minha mulher é diabética. E estas sensitive têm reservatório?
-Têm. Isso agora têm todas. Acho que até há uma lei que obriga. Qualquer coisa lá da CEE.
-Então pronto. Levo estas.
-Sim senhoras. Ora aqui tem… Ah… não tem dez cêntimos, por acaso?
-Tome lá.
-Obrigado. Aqui tem o seu troco. Boa tarde e bom proveito. Se houver problema, já sabe que é só passar por cá.
-Até à próxima.
-Boa tarde, vizinho. Então como é que isso vai?
-Vai-se andando. Umas vezes melhor, outras pior.
-E enquanto for assim estamos nós bem, não é?
-Ah pois…
-Então é só a alface e as latas de atum?
-Não. Queria mais uma coisa. O que é que tem de camisas de vénus?
-Estou a ver que vamos ter festa, hã?
-De vez em quando lá calha.
-Ora bem… camisas de vénus… camisas de vénus… Temos estas. Temos estas assim… Temos estas da mesma marca…
-Estas aqui são boas?
-Estas? Não são más. Mas por mais vinte cêntimos leva estas e vai muito mais bem servido.
-Ah sim?
-E até lhe digo que lá em casa só se gasta destas. Tanto eu como o meu filho não queremos outra coisa. Não passa nada. E além disso estas são sensitive, está a ver?
-Sensitive?
-Pois… têm assim um relevo que a minha mulher diz que estimula o ponto G ou lá o que é… Coisas lá delas.
-Mas já teve queixa das mais baratas?
-Isto fica aqui entre nós mas já tive, sim senhor. Parece que não são lá muito resistentes. Carrega-se um bocadinho na fricção e zás. Estalam. Sobretudo no coito anal.
-Ó diabo… assim é que não… e aquelas embalagens coloridas ali?
-Aquelas são com sabor. Para a estimulação oral. Quer que eu lhe mostre uma caixa?
-Deixe lá. Não vale a pena que a minha mulher é diabética. E estas sensitive têm reservatório?
-Têm. Isso agora têm todas. Acho que até há uma lei que obriga. Qualquer coisa lá da CEE.
-Então pronto. Levo estas.
-Sim senhoras. Ora aqui tem… Ah… não tem dez cêntimos, por acaso?
-Tome lá.
-Obrigado. Aqui tem o seu troco. Boa tarde e bom proveito. Se houver problema, já sabe que é só passar por cá.
-Até à próxima.
3 Comments:
"Passar por cá?". Também há um setor de reclamações?
Como são simpáticos, humildes e educados os nossos comerciantes. Dá gosto saber!Já no tempo do Salazar eram assim,estas "paz de alma", agora só o que mudou foram os produtos. Antes não vendiam preservativos na mercearia, a PIDE não deixava porque as pessoas eram tão analfabetas que poderiam confundir "aquilo" com peúgas para recém nascidos. Ou seria por outro motivo? Dona Formiguinha
No dia em que isto acontecer é porque eu não preocupo por todo o bairro saber que a minha mulher gosta de preservativos de morango.
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