Bater no peito
Um cheiro a sacristia, a beatice, invadiu a campanha (e não por culpa da Igreja). Mas, é legítimo perguntar, onde andou a atitude cristã - não se chama caridade, compaixão? - nos discursos e nas arruaças das últimas semanas? Tem sido digno o espectáculo?
Ontem, o senhor Lopes foi à TVI com ar dorido ("olhem como eu sofro") pedir desculpa à senhora Constança por não poder dar a entrevista - atenção: foi lá, em directo, dar explicações; não mandou dizer, o que tornaria mais discreta e respeitável a sua posição. Como o momento exigia. Mas foi oportuno, lá isso foi.
Os três - CDS, PSD e PS - cada um à sua maneira, limitam ou suspendem acções de campanha. Não interessam os pormenores. Mas o respeito pelos mortos, ao transformar-se, subtil ou descaradamente, em moeda de troca pública, revela afinal um profundo desrespeito: pela pastorinha, que a vida transformou em Irmã; pelos vivos, crentes ou não, que se curvam perante a sua memória.
Portugal será muita coisa; é também, goste-se ou não, Fátima e a sua dimensão intangível. Ora isto não tem nada a ver com convicções ou com fé, nem com separação entre Igreja e Estado. É algo mais simples: tem a ver com pudor, tem a ver com vergonha.
Amanhã, certamente voltaremos limpos e serenos à campanha - não é essa a expectativa do País? Como depois de Timor, da morte do Feher, até do tsunami (recuso-me a incluir o Euro 2004) ...
Não gosto desta gente. Não gosto do meu País.
Ontem, o senhor Lopes foi à TVI com ar dorido ("olhem como eu sofro") pedir desculpa à senhora Constança por não poder dar a entrevista - atenção: foi lá, em directo, dar explicações; não mandou dizer, o que tornaria mais discreta e respeitável a sua posição. Como o momento exigia. Mas foi oportuno, lá isso foi.
Os três - CDS, PSD e PS - cada um à sua maneira, limitam ou suspendem acções de campanha. Não interessam os pormenores. Mas o respeito pelos mortos, ao transformar-se, subtil ou descaradamente, em moeda de troca pública, revela afinal um profundo desrespeito: pela pastorinha, que a vida transformou em Irmã; pelos vivos, crentes ou não, que se curvam perante a sua memória.
Portugal será muita coisa; é também, goste-se ou não, Fátima e a sua dimensão intangível. Ora isto não tem nada a ver com convicções ou com fé, nem com separação entre Igreja e Estado. É algo mais simples: tem a ver com pudor, tem a ver com vergonha.
Amanhã, certamente voltaremos limpos e serenos à campanha - não é essa a expectativa do País? Como depois de Timor, da morte do Feher, até do tsunami (recuso-me a incluir o Euro 2004) ...
Não gosto desta gente. Não gosto do meu País.
conspirado por J às 10:35 da tarde
3 Comments:
Eu gosto do meu país. Até porque deixei Paris para viver cá. Mas não gosto dos nossos políticos, e aquela das campanhas geladas por causa da Irmã Lucia é fuleira que se farta. Infelizmente, há muitos políticos assim pelo mundo fora...
Eu cá tenho pena do meu país que continua com uma enorme percentagem de gente completamente atrasada mental e ridícula. Lucia foi apenas uma marioneta nas mãos da Igreja e agora até os políticos roem os ossos abusando do nome da pobrezinha...Mete nojo!! Será que é assim tão difícil entender que Fátima e os seus segredos é uma tremenda farsa?? Afinal, eestamos na Idade Media ou no século XXI?? Maria.
Fátima é sem dúvida uma grande farsa como foi dito! Uma tentativa desesperada de lavagem cerebral a toda uma nação... e o pior é que conseguiram! Mas agora estamos em 2005!!! Chega de tanta beatice! Ou então sejam beatos mas ao menos permitam-se a uma reflexão esenta durante algumas horas que sejam!
Jacinta e Francisco morreram em crianças como tanta gente infelizmente morria naquela época. Veio-se a provar que afinal, os "segredos" de fátima não eram nada de especial e, alias, foram inventados ali mesmo à pressão, quando viram que não dava mais para continuar a alimentar aquela balela sem dar um pouco de lenha para a fogueira mas o que mais me preocupa nem é o facto de alguns serem sacanas e aproveitadores, é mesmo o facto de o povo (parte dele), se ter deixado novamente iludir! Não viram que era a hora certa para acabar com todo aquele negócio... Se Deus, Nossa Senhora existe, digam lá porque razão chamou aquelas duas crianças santas para junto de si? Não, sério, digam? Que sentido faz? Nenhum!!! E nem assim desistem da ideia! A Irmã Lúcia teve uma vida desgraçada por conta deste markting "igrejal"...
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