19.5.05

Tecidos

Em Braga, na Universidade do Minho, um grupo de cientistas portugueses (mais uns tantos imigrantes do mesmo calibre) lidera uma Rede Europeia de Excelência na área da Engenharia de Tecidos. É malta de primeira água, na vanguarda da investigação, e são reconhecidos mundialmente.

Acontece que, por imposição do projecto, precisam de uma sede - salas, um tecto, portas, janelas e certamente torneiras na casa de banho. Qualquer coisa em forma de edifício que se faz com uns míseros 250 mil euros (50 mil contos).

Numa longa entrevista a Ana Sousa Dias, na 2: (depois da meia-noite, claro), o director daquele centro disse que nunca conseguiu falar com a respectiva tutela do anterior governo sobre a necessidade imperiosa desse financiamento. E parece rezar por um encontro com o actual ministro - certamente não no túnel do metro ou nas Docas às duas da manhã.

Não sei se, ao falarmos dos 3B em que esta esforçada gente se movimenta (Biomateriais, Biomiméticos e Biodegradáveis), estamos a falar de desígnios nacionais. Desconfio que não.

Mas são 50 mil contos, caramba. Uns meros BMWs da frota nacional. Meio periscópio dum submarino de algibeira. A relva e a instalação sonora do estádio do Algarve. Dois ou três banquetes oficiais regados com Barca Velha.

Faça-se então o peditório e a campanha graciosa: com o Figo e a Elsa Raposo a darem a cara. Para que não voltemos aqui ao assunto. Para que não obriguem aqueles rapazes a vir para a rua gritar. Braga é sossegada e recolhe cedo. Deixem-nos trabalhar!

1 Comments:

Anonymous Anónimo opinou...

A brincar que o digas...

3:27 da tarde  

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