Águas de Fevereiro
M&M lançam o desafio a todos os partidos para que "engrossem a cadeia" com os seus militantes, clientelas e governos-sombra, "clarificando as águas turvas próprias do clima eleitoral em que vivemos". E ameaçam: "ou estão connosco ou serão responsáveis pelo País gretado que legaremos às futuras gerações".
Até ao momento, apenas Portas e Monteiro se deixaram ir na corrente. "Sou ministro do Mar, não preciso de dizer mais nada", explicou o ministro do Mar. Monteiro, lacónico, pensa sinceramente que "podemos viver com défice, mas não podemos viver com défice de água".
O PS mostrou-se algo receptivo, mas criticou a localização geográfica, que considera "padecer de alguma precipitação". Seguro preferia que "o elo salvífico se estendesse entre o Rato, S. Bento e Belém, que até fica simbolicamente em frente ao rio".
O PSD ainda não reagiu, mas fontes próximas do Primeiro-Ministro adiantam que a mobilização do partido se fará certamente através da JSD, que já começou a preparar um novo outdoor inspirado em temas hídricos.
Na nota que enviou à imprensa, o PC mostrou-se confiante na "resposta que os trabalhadores da Meteorologia darão no acto eleitoral, alterando radicalmente as previsões que, gota a gota, inudam a opinião pública com a inevitabilidade de uma enxurrada absoluta".
Finalmente, o Bloco recusa em absoluto a ideia: "O País está sedento de uma bátega, mas de uma bátega verdadeiramente de esquerda. Este hipócrita pacto de regime revela o desespero desses senhores pela merecida travessia do deserto que vão iniciar a 20 de Fevereiro". Além disso, afirma Francisco, "que autoridade têm para falar da matéria? Alguma vez cantaram à chuva? Alguma vez fizeram chover"?
Magalhães, estreito colaborador de Marcelo e porta-voz da iniciativa, considera que "não é líquido que S. Pedro nos faça logo a vontade, mas já seria uma vitória se houvesse aguaceiros pelo menos no dia das eleições, não a morrinha habitual".