"Quem quiser criar um grande problema em Portugal, em termos de aviação internacional, desliga o norte do sul do país" - Almeida Santos, no final da reunião da Comissão Nacional do PS.Ficamos mais descansados com o veredicto deste especialista em aeroportos, navegação aérea e WMD - mas onde é que eu tinha a minha cabeça?
Se qualquer OTA, por razões a que não acede a minha ignorância vil, constitui um indestrutível artefacto humano - no limite do horror e do desespero dos terroristas, herdaríamos um soberbo mausoléu de 235 mil estacas e free-shops rodeado de 89 mil quilómetros quadrados de cinzas -, resta-me confessar outros receios, obviamente menores, de que a Pátria se possa desligar de si própria.
Não apenas o norte do sul, o oeste do leste, o litoral do interior, os bimbos dos mouros, o BCP de Gonçalves e o Pina Moura da TVI - mas já agora eu de mim próprio e, vá lá, o terceiro direito da solteirona do segundo frente.
Estranhamente arredados do mapa estratégico de Almeida, sugiro outros pontos sensíveis do território que convém não desligar:
- senhor Alfredo dos jornais, Alcântara
- barbearia do Mestre Chico, Souselas
- lavandaria da Dona Vitória, Corroios
- churrascaria do Zé Rambóia, Albergaria dos Doze
- 2ª casa de alterne à entrada de Borba
- 5 patos do Campo Grande
- a loira do bengaleiro da Casa da Música, Porto
- Clara Ferreira Alves, Sofia Aparício e o carrilhão de Mafra
- Augusto Santos Silva, João Kleber e o Cabido da Sé
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