30.8.05

o frito

29.8.05

Constatação

Ao ver Ruy de Carvalho num filme tenebroso de 1952 sobre cadetes da Marinha ("Eram Duzentos Irmãos" de Armando Vieira Pinto), apercebo-me, subitamente, de uma coisa. Alguém que consegue manter-se no mesmo nível de mediocridade durante tanto tempo merece, pelo menos, ter um Y no nome.

Troféu "Coisinha Pingarelha"

"Tal como o assassínio do arquiduque austríaco com o mesmo nome despoletou a Primeira Guerra Mundial, os Franz Ferdinand encantaram o público português."

Rita Ferro Rodrigues, SIC Notícias

obrigadinhos, pá

Os espanhóis não se limitam a comprar as nossas empresas e a vender-nos a sua produção. Os espanhós pensam em nós e, ao fazê-lo, pensam sobre nós. Dir-se-ia, pelo artigo que se segue, que até sofrem por nós e encomendam os Portugueses nas orações ao deitar (em post-scriptum, naturalmente). Têm óbvias razões para isso. Continuem, a gente lusa precisa, agradece e retribui.


Desánimo portugués

Hace tiempo que los portugueses andan desanimados. El ver arder, por tercer verano consecutivo, sus bosques ha reforzado estos días una introspección interna en un país profundamente deprimido y que no parece poder salir de su malestar. Se le amontonan los problemas y carece, cuando más lo necesitaría, de proyecto de país. La separación entre la clase política y la ciudadanía alimenta este pesimismo.
Los incendios, afortundamente apagados -en parte gracias a una ejemplar colaboración europea-, han puesto de forma desgraciada el foco sobre un campo abandonado por los jóvenes, sobre la desintegración acelerada del mundo rural, y sobre la falta de ordenamiento territorial. Portugal ha cambiado profundamente, para bien, aunque en el camino se olvidó de ese mundo rural. Pero el proceso de modernización y de crecimiento económico con la democratización y la entrada en la hoy Unión Europea ha sido a todas luces positivo, como en España.
Desde hace un quinquenio, ha entrado en una senda en la que no acaba de encontrarse. La economía, a la baja desde 2000, entró en recesión a finales de 2002, y desde entonces no remonta. Ante el encarecimiento del precio del petróleo, ni siquiera se podrá cumplir la tímida previsión del Banco de Portugal de un crecimiento del 0,5% del PIB este año. Mientras, crece el desempleo, del 4,1% en 2001 al 7,2% en la actualidad. Las recetas que han aplicado los diversos Gobiernos no han hecho sino engordar el Estado -hasta un 6,8% del PIB, casi el doble de lo permitido por la pertenencia al euro-, y los impuestos a los ciudadanos.
La depresión tiende a devorar a sus dirigentes, y la crisis de gobernabilidad la alimenta. Antonio Guterres tiró la toalla. Durao Barroso se marchó a Bruselas, y su sucesor, Pedro Santana Lopes, cayó en el caos administrativo. La victoria de José Sócrates ha despertado esperanzas, pero también el joven socialista ha sufrido en carne propia los últimos acontecimientos y, previsiblemente, pagará un precio, aumentado en las zonas devastadas por el fuego, en las municipales de octubre. Tan profunda parece la crisis política, que Mario Soares, a sus 80 años, que lo ha sido todo en Portugal, se ha propugnado como candidato a las elecciones presidenciales de enero, y la derecha mira a Anibal Cavaco Silva como posible contrincante. Son símbolos del pasado, y su candidatura es reflejo de que la nueva generación no ha llenado plenamente el hueco.
Portugal, sin embargo, se recuperará. Si hace unos años logró ponerse en forma para entrar en el euro, puede hacerlo de nuevo y afrontar los nuevos desafíos con el esfuerzo de todos y mediando un gran consenso nacional. Aunque los niveles de confianza de los agentes económicos tienden a empeorar, las empresas están haciendo grandes pasos en su reestructuración. La sociedad civil comienza a despertar y a movilizarse. Es de esperar que logre provocar un cambio en la forma de gobernar y un empuje para las inaplazables, y duras, reformas estructurales que Portugal no puede demorar más. Pero, ante todo, lo que los portugueses deben recuperar, y hay motivos para ello, es ilusión.

El Pais, 28 de Agosto de 2005

26.8.05

O doce crepitar da braseira

Portugal sem fogos activos

Os bombeiros conseguiram controlar todos os incêndios activos no país, indica o balanço do SNBPC das 00:30 desta sexta-feira. Apesar disto, há mais de um milhar de bombeiros a participar em acções de rescaldo e vigilância.


Então? Vá lá, rapaziada. O Verão ainda não acabou. Não podemos baixar os braços. De que vamos falar se já não há incêndios? O que nos vai encher os noticiários televisivos? Ânimo! Ânimo e garrafões de gasolina ao alto. Há muito para queimar ainda.

24.8.05

tomai lá do Marcelo

Vida houve para além do défice: querem melhor prova do que umas férias no Quénia?
E vida haverá também para lá dos incêndios: até Janeiro de 2006, muitos candidatos vão correr debaixo da ponte, alguns para desaguar sabe-se lá onde e porquê.

Como na sala de espera do dentista, em que o tempo corre devagar, sugere-se uma espreitadela a dois jogos que mais parecem ter saído da imaginação do Professor Marcelo:

Teste a sua memória

Escolha o candidato que nós adivinhamos

23.8.05

apanhei-vos!



Na Praça do Município, em Lisboa, a campanha dissimulada do Bloco e de Sá Fernandes. E ninguém diz nada?

22.8.05

o país passeia com os pés no carvão

Há um fogo enorme no jardim da guerra
E os homens semeiam fagulhas na terra
Os homens passeiam co'os pés no carvão
que os Deuses acendem luzindo um tição

Pra apagar o fogo vêm embaixadores
trazendo no peito água e extintores
Extinguem as vidas dos que caiem na rede
e dão água aos mortos que já não têm sede

Ao circo da guerra chegam piromagos
abrem grande a boca quando são bem pagos
soltam labaredas pela boca cariada
fogo que não arde nem queima nem nada

Senhores importantes fazem piqueniques
churrascam o frango no ardor dos despiques
Engolem sangria dos sangues fanados
E enxugam os beiços na pele dos queimados

É guerra de trapos no pulmão que cessa
do óleo cansado que arde depressa
Os homens maciços cavam-se por dentro
e o fogo penetra, vai directo ao centro

Sérgio Godinho

17.8.05

o Mário

O Público diz que Mário Soares vai anunciar em fins de Agosto ou início de Setembro se é ou não candidato. Até aqui nada de surpreendente.
Acontece que, ao longo da notícia, se fala ora dum ex-Presidente da República ora dum fundador do PS, depois dum antigo Presidente e também dum ex-primeiro-ministro. Cremos que o jornal se refere ainda e sempre ao Dr. Soares. Mas, que diabo, porquê a moderação, se há tantas declinações possíveis que o visado generosamente oferece ao articulista?
Deixamos então algumas pistas que o livro de estilo do Público certamente ponderará: o ex-secretário geral, o marido de Maria, o pai de João, o tio de Alfredo, o amigo de François. Soares, pois claro. O Mário. Fixe este nome.

a câmara bobone

Carmona Rodrigues anunciou que quer a câmara municipal a tratar melhor os lisboetas. Já era tempo.

Supõe-se que o actual presidente e candidato pretenda acabar com o regabofe que toma conta da câmara sempre que o munícipe incauto se aventura nos seus corredores sombrios. Os serviços municipais vão ter, garantem-nos, orientações precisas e draconianas: cessam os pontapés nos testículos dos cidadãos e os apalpões às alfacinhas boazonas. Cessam igualmente os carolos e os piparotes nas orelhas.
Mesmo admitindo uma fase de transição - a resistência à mudança é da natureza humana - dentro de seis meses vigorará a tolerância zero às rasteiras maldosas e aos empurrões pela escada abaixo. O uso do calão conhecerá limitações, particularmente no que diz respeito às caralhadas não justificadas superiormente.

Os prevaricadores, por sua vez, arriscam sanções pesadas, assaz dissuasoras. Inspiradas na lei de Talião, serão aplicadas pelos serviços competentes ou pelo próprio queixoso. Mas o novo regime inclina-se para o direito de preferência do ofendido.

Aplaude-se o arrojo da medida e a coragem de afrontar os interesses estabelecidos. É o fim das nódoas negras e do sadismo municipal. É o tempo de uma câmara bobone perto de si. Do edil gentil. bcbg.

16.8.05

Portugal já decidiu

A Direcção-Geral de Recursos Florestais promove, até Outubro, uma campanha de sensibilização contra os incêndios. O lema é "Entre a cinza e o verde, você decide".

Desculpa lá, ó Sting

1 - A merda dos cães na rua desperta nos meus vizinhos de duas patas e na Câmara Municipal o mesmo estado de espírito que lhes suscitaria um olhar de relance pelo último teorema de Fermat: uma doce melancolia outonal, um torpor inquietante mas efémero. A desistência. Vou instalar-me no quinto andar com uma pressão de ar e repetir Columbine.

2 - Qualquer português avisado reconhece que o País anda mal frequentado. Por portugueses, não pelas brasileiras do alterne ou por ex-bioquímicos da Ucrânia. Uma longa estação tonta, de idiotice generalizada, nos contempla. O efeito de estufa é uma criação portuguesa e recomenda-se. Como a Via Verde.

3 - Não vale a pena procurar onde está o mal para o extirpar: se na educação (sempre a educação) se na classe política (que culpa têm o Marques Mendes ou o Dr. Soares?), se nos desgraçados dinheiros de Bruxelas (essa fantástica ilusão de modernidade) ou no próprio povo. Deixemos por momentos o Salazar em paz. Ou o PREC e as nacionalizações de 75. E o Vasco Gonçalves.
Portugal queria mesmo matar o Pai e casar com a Mãe. Mas só lhe dão Sócrates e a Santa de Felgueiras. Por pudor, Portugal retira-se para o centro comercial e desgraça-se.

4 - A lista de problemas que comprovam a secular incapacidade de o País se organizar desencoraja. É um fardo prodigioso que a paróquia mira de longe com um misto de resignação e deslumbramento. Por vezes com bandeiras à janela, o que empresta um ar canalha à coisa.
Já agora: os incêndios só lá vão com uma espécie de eco-NATO para a floresta, como sugeria hoje o La Vanguardia. Espertos, os espanhóis.

5 - Os U2 foram condecorados - terão deixado bilhetes à família e aos consultores de Belém? Sejamos benévolos, viva a condecoração.
No entanto, a bizarra promoção da banda levanta, como sabemos, alguma irritação e inveja. Fiquemo-nos pelo óbvio: para quando o Bob Geldof ou o Greenpeace? E o Sting? O Sting, caramba! Ouviram? O Sting!

11.8.05

A santa vista do lado de cá do muro do convento

8.8.05

Os meninos à volta da fogueira

for(i = 0; i < 10000; i++)
{
printf("Vamos começar já a prevenir os incêndios do próximo verão!\n");
}

3.8.05

Cadernos d'A Bola

O futebolista com o nome mais bizarro do futebol português:

Bernardo Vasconcelos, do Estoril-Praia.

Que aconteceu aos Nénés, Tójós e Zé Manéis?

1.8.05

Luto nacional pela morte de um grande homem

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Um minuto de silêncio pelo trágico falecimento do rei Fahd da Arábia Saudita.

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Obrigado.