Este abaixo-assinado (que não funciona com o Firefox, tentem abrir com o Internet Explorer) é dirigido aos responsáveis pelo futebol sénior da Federação Portuguesa de Futebol, ao seu presidente, Sr. Gilberto Madail, ao seleccionador nacional, Sr. Luiz Felipe Scolari, às Senhoras de Fátima e do Caravaggio, e a todas as pessoas do mundo que, directa ou indirectamente, possam ter alguma influência na escolha dos guarda-redes que vão defender as cores portuguesas no Alemanha'06.
Não é costume dos adeptos portugueses chatearem-se muito com o que rodeia a Selecção. Por muita indignação e revolta que mostrem em relação a maus resultados, decisões dos treinadores, maus passes e grandes penalidades falhadas, nunca se zangam realmente com a Selecção. No jogo ou na competição seguinte estão outra vez prontos para tudo. Várias situações são prova dessa paixão inabalável:
- Não se importaram que os adeptos de outros países se rissem de nomes como Magriços, Patrícios ou Tugas.
- Ficaram imparcialmente do lado de Artur Jorge e de Ricardo Sá Pinto simultaneamente.
- Não tentaram mudar de nacionalidade depois de verem a Selecção ser eliminada na fase de grupos do Mundial contra E.U.A., Coreia do Sul e Polónia.
- Com o país inundado de turistas, foram capazes de pendurar uma bandeirinha em cada janela e de perseguir das mais variadas formas (alguns vestidos de campinos) o autocarro da Selecção em dias de jogo, só para mostrar ao Sr. Luiz Felipe Scolari o quanto conseguem ser provincianos quando lhes pedem com jeitinho.
Há momentos, porém, em que mesmo o adepto mais limitado de horizontes perde a paciência. E este é um desses momentos. A presença do guarda-redes Ricardo é um factor de desestabilização dentro da própria Selecção. Pior que isso, é, e continuará a ser daqui a sete ou oito meses, um factor de divergência entre seleccionador, Selecção e adeptos. Além de toda a intranquilidade que traz consigo, Ricardo tem mostrado também que não serve. Que não é um dos três melhores em Portugal. Que até nem é mau entre os postes, mas que é um "ai Jesus" sempre que há um cruzamento para dentro da área ou que tem que sair dos postes. Que, embora tenha aquele ar muito humilde e asseadinho, não tem a decência e o respeito pela equipa para reconhecer quando erra.
Vítor Baía seria o guarda-redes escolhido em qualquer outro país ou, neste país, por qualquer outro treinador. Ainda assim, e porque todos temos as nossas teimosias (que têm tendência a piorar com a idade), aqui fica uma lista de seleccionáveis, Ricardo e Baía excluidos:
Moreira
Quim
Nélson
Paulo Santos
Marco Aurélio
Hilário
Marco Tábuas
Carlos
Pedro Roma
Jorge Baptista
Bruno Vale
Nuno Espírito Santo
Uma última nota em relação ao perigo que representa entrar em campo com uma pessoa emocionalmente instável como é o Ricardo. O que aconteceria caso aquela grande penalidade contra a Inglaterra tivesse esbarrado nas mãos de Ricardo, sem luvas, e tivesse mesmo assim entrado na baliza. Ou melhor, o que aconteceria a um jogador, fosse o Deco, o Figo ou o Cristiano Ronaldo, que antes de marcar uma grande penalidade decisiva decidisse descalçar o pé com que ia rematar?
Ricardo não, obrigado!