28.2.05
21.2.05
João Almeida catatónico.
Ao que parece o líder da Jota terá até deixado cair o pullover que transporta cuidadosamente amarrado à volta dos ombros e terá implorado a Portas para reconsiderar gritando: “o João até dá beijinho!! Ó o João a dar beijinho!!”
20.2.05
Quer fazer o favor de não parar de ler este post?
1 - Não pare de ler este carta, não, outra vez não, por favor. Se o fizer, o que como ser humano lamento, vá pelo menos até ao ponto 4, como eles nem sequer farão.
E quem são eles? Alguns milhões de poderosos (mais do que eu esperava) a quem interessou no dia 20 que tudo ficasse na mesma. Menos eu. Incluindo a minha nova maneira de fazer política e de escrever cartas.
2 - Afinal continua a ler-me, a ler a carta. Já somos vários. Mas sabe que eles nem sequer conseguiam lê-la até aqui? Embora por razões diferentes, o meu próprio amigo G. Moura também teve algumas dificuldades.
3 - Você não costuma ler estas cartas, e não é por acaso. Além de não lhas mandarem, não as lê pelas mesmas razões que eu as escrevo. Já pensou bem nisso? Possivelmente, mesmo depois da primeira carta, da presente e das que virão, ainda temos algo em comum: não nos damos bem com elas. Eles também não. E são seres humanos.
4 - Se chegou até aqui, é sinal que já deixou ou vai deixar de ler a carta. Como ser humano, lamento e peço-lhe, por favor, para ir directamente ao ponto 5. Se quiser continuar a ler, pode voltar ao ponto 2.
5 - Obrigado pelas suas paciência e atenção.
Fique a aguardar próxima carta, que certamente escreverei contra outros ventos e marés, pedindo-lhe desde já e antecipadamente que não pare de ler quando aquela chegar às suas mãos.
Por isso, se alguma vez receber uma carta (*) que comece sem ser com "não pare de ler esta carta" não a abra e não a leia. Não é minha. É deles. É do sistema.
P.
PS - Caso conheça algum ser com mais defeitos ou algum político em Portugal que eles tratem tão mal como a mim, agradeço resposta para o e-mail ajudemeavoltaraosistema@escritonasestrelas.ppd.psd
(*) O carteiro não tem culpa, é a sua profissão.
19.2.05
17.2.05
Otorrinolaringologices
2 - "Ninguém calará a voz da classe operária" - o mínimo que se pode dizer é que a piada do Barnabé revela preguiça. Vocês são capazes de coisa melhor, rapazes. Como vêem, nada parecido com "garganta funda" surge no título deste post. Mas esteve quase...
3 - Tenho pena, Jerónimo. Ao retirar-se do debate, deveria ter deixado uma cassete aos entrevistadores com um simples pedido do lado A: play me. O País, rendido, riria durante anos. E você, no dia 20, passaria aos dois dígitos. Sem espinhas.
4 - Mas os outros não têm razões para repousar na desgraça alheia. Eis algumas pequenas catástrofes em directo que tiram o sono a qualquer consultor de imagem:
- deitar sangue do nariz
- ataque de soluços
- pediculose púbica convulsiva (vulgares chatos)
- desarranjo intestinal
- tarte na cara
- Janet Jackson's breast exposure
- o sobrinho de Isaltino
16.2.05
Revelação
• 550 g de farinha (aprox.) ;
• 10 g de fermento de padeiro ;
• azeite
Lava-se o bacalhau muito bem e põe-se de molho durante 6 horas em cerca de 6,5 dl de água. Depois faz-se em lascas. Desfaz-se o fermento na água que serviu para demolha o bacalhau. Junta-se a farinha a pouco e pouco, batendo-a de modo a obter uma massa homogénea. Rectifica-se o sal.
Cobre-se primeiro com um pano e depois com um cobertor e deixa-se levedar (fintar) em local temperado durante cerca de 3 horas. A massa está finta quando toda ela apresentar umas pequenas bolhas.
Aquece-se bem o azeite e com uma colher grande frita-se a massa ás colheres, introduzindo uma ou duas lascas de bacalhau em cada colher de massa.
Escorrem-se os «pastéis» sobre papel pardo e servem-se acompanhados com salada de alface ou de agriões.
O que acabaram de ler é a revelação, em primeira-mão, do terceiro segredo de Fátima.
15.2.05
Isso querias tu!
Há gajos que não podem ouvir um boato.
14.2.05
Bater no peito
Ontem, o senhor Lopes foi à TVI com ar dorido ("olhem como eu sofro") pedir desculpa à senhora Constança por não poder dar a entrevista - atenção: foi lá, em directo, dar explicações; não mandou dizer, o que tornaria mais discreta e respeitável a sua posição. Como o momento exigia. Mas foi oportuno, lá isso foi.
Os três - CDS, PSD e PS - cada um à sua maneira, limitam ou suspendem acções de campanha. Não interessam os pormenores. Mas o respeito pelos mortos, ao transformar-se, subtil ou descaradamente, em moeda de troca pública, revela afinal um profundo desrespeito: pela pastorinha, que a vida transformou em Irmã; pelos vivos, crentes ou não, que se curvam perante a sua memória.
Portugal será muita coisa; é também, goste-se ou não, Fátima e a sua dimensão intangível. Ora isto não tem nada a ver com convicções ou com fé, nem com separação entre Igreja e Estado. É algo mais simples: tem a ver com pudor, tem a ver com vergonha.
Amanhã, certamente voltaremos limpos e serenos à campanha - não é essa a expectativa do País? Como depois de Timor, da morte do Feher, até do tsunami (recuso-me a incluir o Euro 2004) ...
Não gosto desta gente. Não gosto do meu País.
Gulodice
13.2.05
Vá , mostra-lhe quem manda!
Esta imagem aparece na página 3 de uma pequena publicação de propaganda do PSD. Chama-se "Manual do administrador competente".
Não há dúvida, é homem de obra feita!
11.2.05
Ou do Marilyn Manson...
Passou hoje, no Jornal da Tarde da RTP, uma reportagem sobre delinquência juvenil. Putos com facas e armas de fogo que ameaçam adultos indefesos (diz-se que têm preferência por agentes da autoridade).
Todos os estudiosos e peritos entrevistados dizem que a culpa é dos jogos de computador, porque se pode matar, morrer e roubar impunemente. Isto, segundo os tipos que falaram, baralha as criancinhas, que depois não distinguem a realidade do mundo virtual.
Outros diriam "... a culpa é dos partidos, pá! Esta merda dos partidos é que confunde a malta!"...
4.2.05
Pequenices
Afinal, O DEBATE foi ou não foi importante? Foi ou não foi esclarecedor para os portugueses indecisos e a precisar de uma clarificação de posições antes de acorrerem às urnas (ou de pretenderem acorrer às urnas mas irem antes ao centro comercial comprar uns ténis para o mais novo)?
Talvez não deva ser eu a responder a esta pergunta. Percebi ontem que sofro de um problema grave de atenção pois vi o debate de fio a pavio e o que os intervenientes disseram não me pareceu em nada diferente do que dizem todos os dias à hora do jantar na televisão. O facto de estarem frente a frente e de terem um painel (devidamente bidimensional como se querem todos os painéis exceptuando os painéis em relevo) a fazer perguntas muito menos perspicazes do que poderia passar pela fronha sisuda dos jornalistas encarregues de as fazer ou pelo sorriso de charrua mutilada de Rodrigo Guedes de Carvalho ("o país e o mundo... na SIC... e na Dois... ou lá o que esta merda é...") pouco adiantou. Terá talvez permitido a muito boa gente imaginar-se num país a sério, com política a sério em vez de neste portugalzinho pequenino em que vivemos com gentinha pequenina, politiquinhos e discursozinhos de merdinha, problemazitos, polémicazuxas, jornalistinhas de caca, tudo num alegre e colorido faz de conta.
Ah... e o resultado, de acordo com o jornal "A Bola," foi Santana Lopes 2 x José Sócrates 1 (mas ainda se discute a legalidade do penalty que deu o segundo golo a Santana).
3.2.05
A sugestão coimbrã
Coimbra estava linda, posta em sossego, quando o senhor Guedes sucumbiu à sombra da sua própria capa. Menino e moço naquelas andanças, o senhor Guedes deu consigo no chão. O estrondo, curiosamente, só foi ouvido no dia 20 que se seguiu.
Todavia, longe de se abrir milagrosamente em flores, para júbilo de toda a população, o senhor Guedes, sem avisar, desacolchetou-se. Indecorosamente, talvez - mas será a metáfora aviltante? Calma: o que o senhor Guedes desabotoou foi a alma, resguardando o nobre colo da frialdade coimbrã. Aos arranques, numa agonia pavorosa, soltou os ais. E os soluços. A exoração: "barrai-me o Sócrates, abjurai-me o Sócrates, removei-me o homem".
A cidade murmurou o espanto e a dúvida: que pede o sujeito? que delírio é este? mas quem lhe acode?
Coimbra, cidade prudente, deu-lhe as penas. E o alcatrão às latas. Deixou-lhe também metros de corda e varapaus, o ferro e a brasa e outras miudezas em pontas intrigantes e com funções que convém ignorar. Coimbra deu-lhe tudo para o calar. Satisfeito, o senhor Guedes reuniu a logística e desapareceu na direcção da Portagem. Até hoje.
Por isso, nas noites em que o vento arrepia o Mondego e lava o céu rápido de nuvens, os mais velhos asseveram que, lá do profundo recolhimento do Choupal, se desprende ainda o queixume vago do Senhor Guedes, entrecortado pelas ferozes casquinadas das tricanas, sugerindo um fugaz alvoroço espectral.
2.2.05
Marias
De qualquer forma, é muito infeliz que haja quem possa considerar não votar num candidato só por se dizer que é homossexual. A homossexualidade não tem nada a ver com a competência para desempenhar esta ou aquela actividade. Nalguns casos, a homossexualidade até consegue potenciar competências (veja-se o caso dos decoradores de interiores, dos cabeleireiros, dos diplomatas de carreira ou dos jornalistas).
E mais infeliz é que um candidato seja vítima de um boato maldoso acerca da sua orientação sexual. O Sol quando nasce é para todos. Os boatos também devem ser. Por isso, e porque todos os candidatos devem concorrer às eleições em igualdade de circunstâncias, aqui fica um pequeno estímulo à democracia portuguesa com o objectivo de lançar suspeitas sobre os candidatos dos principais partidos que, até agora, nunca foram alvo de boatos a respeito da sua orientação sexual.
Pedro Santana Lopes foi apanhado numa arrecadação do Palácio de São Bento com cinco rapazes de uma delegação da JSD.
Jerónimo de Sousa usa soutiens rendados desde Agosto de 1979.
Francisco Louçã, em criança, queria ser estilista e vestiu-se de menina até aos 9 anos.
Paulo Portas gosta de mulheres e é o único homem a sério da política portuguesa juntamente com Manuel Monteiro.