Ah inventou? ...

... e porque raio é que o gajo do Café Central não é também condecorado pelo PR?

receita para lidar com a inveja nacional

"If you want to know what God thinks about money, just look at the people He gives it to."

Old Irish Saying

O Bill Passeia Por Lisboa, A Idolátrica, O Seu Esplendor

Dura praxis, sed praxis

Quando já ninguém acreditava que o futebol pudesse baixar de nível em Portugal, eis que chega uma nova lufada de estupidez aos relvados, a praxe académica.

Como se já não bastasse o sofrimento e o transtorno causado pelas sucessivas e injustificadas convocatórias do seleccionador nacional, Ricardo é agora a primeira vítima das trupes da Academia do Sporting.

caso o Bono não tenha esgotado o stock...

o pódio

Com um pódio assim montado, evitavam-se as barracas e chatices da noite eleitoral.

premonição

"E zás, enfio-te o Manuel Alegre no Mário Soares".

José Mário Branco, FMI, 1979

planos quinquenais

- Ao contrário do que por aí se escreve, Cavaco não foi eleito à primeira. Então já se esqueceram de 1996? Se calhar foi apenas o aquecimento e não conta. É isso.

- A vitória de Alegre (porque arrumou Soares?) faz lembrar as vitórias morais da selecção. Amargas e por culpa do árbitro, do relvado ou do jet-leg. "Milagre cívico" rima com quê?

- Jerónimo derrotou Louçã que derrotou Garcia que derrotou... Carmelinda Pereira?

- O boicote de Sócrates às declarações de Alegre foi cientificamente preparado e representa um verdadeiro corte epistemológico: se aplicado com esmero em todo o território, deixa de ser preciso tirar senha na Loja do Cidadão. O País avança, mas não em fila indiana.

- Na sua primeira audiência, o eleito Presidente receberá os 0,59 por cento de eleitores que lhe entregaram Belém. Serão nomeados assessores vitalícios e devolvidos à procedência com uma biografia autografada.
Porque o problema é saber quem são, editais serão afixados em todas as freguesias, convidando a população a apresentar provas para além de qualquer dúvida razoável. E toda a fraude será exemplarmente punida.

- Os estrategas da vitória começaram já a preparar a reeleição. Assim, nos próximos cinco anos, Cavaco Silva evitará cuidadosamente qualquer opinião comprometedora sobre os problemas que afligem a Humanidade.

- Pacheco Pereira coordenará a equipa do blog de Belém, prometendo desde já fotos inéditas dos anéis de Saturno e da Marmeleira sob nevoeiro presidencial. Pacheco acompanhará online as reuniões de quinta-feira e produzirá posts certificados nos intervalos para o café.

- A Universidade Católica registará uma diminuição assustadora dos 19 em Economia.

rosa enjeitada

Sócrates impede represálias sobre Alegre, diz o Público.

Ao que parece, uns exaltados socialistas quiseram "fazer a folha" a Manuel Alegre. Apesar das ordens internas. Mas Sócrates, que estava por perto e atento, investiu de canadianas em riste e dispersou os justiceiros da rosa. Que prometeram voltar.

Alegre que se cuide, até porque o secretário-geral tem mais que fazer. Verifique bem os pés das cadeiras em que se sentar, a água que beber, a rua que atravessar. A rosa desculpa - ó pá deixa lá isso - mas não esquece.

A quem o dizes...

(ver post anterior)

"Deslarguem-me! Deslarguem-me!"

Porra... um gajo bem que tenta distrair-se com outra coisa...



Que pesadelo!

cinco anos* de

neura, comichões, dores de barriga, pessimismo, azia crónica, azia galopante, desorientação, desmotivação, ausência de auto-estima, nervoso miudinho, sorriso amarelo, convulsões, vómitos, perdas de memória, nem conseguir olhar direito para alguns gajos, depressão, vontade de rir fingida, desrespeito pelo povo, insultos ao clero, porrada nos polícias, incentivos à desobediência, vergonha de dizer onde moro, vergonha de morar onde moro

* renováveis por mais cinco anos, mediante apresentação de resultados

Orraite!

Como é possível que uma jornalista calejada da RTP, ao explicar o significado da sigla M.I.T., pronuncie "Massachusetts" de forma impecável e se espalhe ao comprido tanto na pronúncia de "institute" como de "technology"?

O presidente de todos os portugueses

E se...

"O candidato Jesus Cristo tem subido de forma regular nas sondagens ajudado pelo seu talento natural para atrair multidões em acções de rua. Os dotes de oratória ficam aquém do esperado já que, apesar do programa messiânico e algo populista, o eleitorado pode não apreciar o tom de sermão constante."

Comentador padrão 1

"Cristo pode ter atrás de si eleitorado fiel. Mas não consegue negar as acusações vindas dos opositores de que não tem conhecimentos suficientes de economia para assumir funções de Estado. O episódio da expulsão dos cambistas do Templo volta a ser apontado como exemplo. Um ponto favorável poderá ser a economia de fundos na campanha com a substituição dos sacos de plástico, esferográficas e bandeiras por folhas de palmeira e do carro de alta cilindrada por um burro. Os portugueses sempre gostaram de gente poupada."

Comentador padrão 2

"Utilização de vídeo de apoio de Catarina Eufémia foi manobra desleal!"

Avante!

"Água servida no jantar-comício de Penamacor afinal foi transformada apenas em licor de ginja!"

O Independente

"Maria Madalena em exclusivo: O Senhor tem-na deste tamanho!"

24 Horas

título de grande verosimilhança 2

Não vale a pena procurar aqui e agora qualquer fantástica solução para o "teaser" da véspera. É verdade que o erro doméstico existe (é verdade que Sócrates também), mas o TGV indígena roda por agora apenas nas fantasias dos governantes e nas noites mal dormidas dos governados - o verdadeiro, o caro, o desejado, esse tem de apanhar-se na vasta Europa que começa em Badajoz.

Por isso, nesta como noutras situações, retornemos ao bom e velho princípio que dá pelo nome de “rasoura de Occam" - essa mesmo, a proverbial navalha que, longe de cortar a raiz ao pensamento, o apara justamente na direcção certa, para que não se entretenha a descarrilar. A melhor explicação é a mais simples. Simplesmente mora longe.

Sócrates errou, é um facto. Mas Sócrates, malgré lui, era(é?) só o programa informático que corria nos terminais das estações francesas para compra de bilhetes ou reserva de lugares no TGV. Sócrates, certamente corrompido, começou a irritar o viajante: ora ficava lento no seu cogitar, ora recebia o dinheiro e guardava para si, algures entre as linhas de código aos milhões, o bilhete devido ao gaulês.

Ignora-se como pagou Sócrates a ousadia. Com sorte, talvez tenha sido desligado temporariamente, um expediente que ainda funciona mal com wetware.
Mas isso, lamento, já não conta o Daniel Ribeiro no Expresso de 18 de Setembro de 1993.

Entretanto, adapte-se o título à vontade do freguês.

título de grande verosimilhança

Subtraído ao matinal sossego do sábado por um título deste calibre, o que passaria pela cabeça de um leitor português razoavelmente bem informado e atento aos hodiernos desgostos da Pátria? Estamos abertos aos palpites.

a suivre

A dúvida

Eu cá não dou cavaco às sondagens!

Dizia o Mário Soares, hoje de manhã, que as sondagens "valem o que valem". Pois, e tendo em conta que o povo vota em quem vota, é fácil perceber porque é que o país está como está. Mas a democracia é mesmo assim, é o que é!

E porque o início deste novo ano se adivinha particularmente deprimente (por uma margem que ronda os 10%), aqui vai mais um episódio da Família Nicola para a malta se habituar a andar deprimida:



Começo a desconfiar que estas piadas têm dedo dos tipos do levanta-te e ri!

A RTP Memória é cruel

Uma das mais curiosas rubricas da RTP Memória, sem dúvida o melhor canal da família RTP, é um apanhado de notícias do dia corrente mas nas décadas anteriores (1966, 1976, 1986 e por aí fora). No entanto, às vezes, é difícil evitar o desconforto. Em casos como estes:

Em notícia de 1976, alguém que não consegui identificar mas que devia, pelo ar de desmazelo na roupa e apresentação, fazer parte do Governo de então, refere que a única maneira de acabar com os problemas de estacionamento em Lisboa é respeitar e fazer respeitar as recém-criadas faixas de rodagem exclusivas para transportes públicos, mostrando-se confiante na resolução breve do problema.

Depois, em 1996, Fernando Pessa mostra os equipamentos colocados pela Câmara Municipal da capital em vários pontos da cidade para ajudar a combater a proliferação de dejectos caninos nos passeios, chegando ao ponto de, num exemplo ímpar de dedicação à causa jornalística, exemplificar o seu uso correcto, usando um saco de plástico para ajudar Lisboa a cheirar ligeiramente melhor.

Será que, em 2036, alguém vai ver o presidente Cavaco Silva a apelar à união em torno do grande objectivo nacional de acabar com o atraso estrutural e aproximar Portugal do resto da Europa e sentir o mesmo que sentimos perante estas relíquias noticiosas? Ou seja, que muita coisa pode mudar com a passagem do tempo mas há outras que estão bem entranhadas e não há vontade que as abale?