28.5.05

Cavakenstein



Segundo Cadilhe, o verdadeiro "pai do monstro"

Geração @

Num spot promocional do grupo PT, é-nos mostrada uma montagem de depoimentos de rua feitos por adolescentes de várias idades nos quais estes explicam as utilizações que fazem da internet. Dizem que a usam (à internet) para sacar jogos, música e filmes, para falar com as pessoas, para enviar e receber e-mails e por aí fora. A seguir, dizem-nos que "esta realidade tem de mudar" e que a PT está empenhada em que isso aconteça e, para tal, vai promover uma acção de consciencialização nas escolas com o objectivo de "ensinar os jovens portugueses a usar melhor a internet."

Sim, porque a internet não serve só para sacar jogos, músicas e filmes, para falar com as pessoas e para trocar e-mails. Também serve... sei lá... para ver pornografia, por exemplo. Mas isso não são coisas que se digam para a televisão. Ou talvez para procurar informação que os adolescentes possam usar em trabalhos escolares. Talvez seja isso que a PT quer ensinar estes jovens a fazer. Estarão convictos de que alguém que consegue usar a internet para pesquisar e fazer download de filmes, música e jogos não consegue usar um browser e um motor de busca. Precisam de ser educados por um grupo de cinquentões de fato e gravata que se sentam à volta de uma mesa de design italiano e usam termos em inglês para parecer que são modernos.

Obrigado PT. Em nome de uma geração agradecida.

24.5.05

Liedson resolve...

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... voltar para o Brasil.

19.5.05

Quiçá, quiçá, quiçá

A Constituição europeia já anda por aí, doida para nos cair nos braços e desfalecer entre ais.

De um lado, os parentes acenam-nos com orgasmos múltiplos (ou pelo menos com uma boa dona-de-casa, limpa, séria e arrumada). Seja como for, a senhora é um espanto e recomenda-se.

Do outro, os primos, que nos querem igualmente bem, asseguram-nos, na melhor das hipóteses, uma boa dose de sífilis, gonorreia ou qualquer DST do catálogo. A tipa é um estafermo e tem passagens regulares pela esquadra da Musgueira Norte.

Tenham calma, senhores: não nos entregamos à primeira galdéria com um palmito de cara. Por isso, iniciamos aqui e agora a nossa campanha pelo "talvez", um jeito português de dizer "quem sabe", "vou pensar nisso", "não desfazendo", "antes pelo contrário".

Mas não temos dúvidas: queremos que o nosso "talvez" se misture, antes, durante e depois das urnas, com os "sins" e os "nãos" da comunidade. Viva a promiscuidade. Talvez.

É cruel

Na SIC, depois de um directo com o anúncio dos convocados por Scolari para a selecção, lia-se ao fundo do ecrã: "SCOLARI REVELA LISTA DE 27 NOMES." Um segundo depois, a inscrição foi alterada para "SCOLARI REVELA LISTA DE 26 NOMES."

Não se faz. O Vítor Baía não merece estas brincadeiras de mau gosto.

Tecidos

Em Braga, na Universidade do Minho, um grupo de cientistas portugueses (mais uns tantos imigrantes do mesmo calibre) lidera uma Rede Europeia de Excelência na área da Engenharia de Tecidos. É malta de primeira água, na vanguarda da investigação, e são reconhecidos mundialmente.

Acontece que, por imposição do projecto, precisam de uma sede - salas, um tecto, portas, janelas e certamente torneiras na casa de banho. Qualquer coisa em forma de edifício que se faz com uns míseros 250 mil euros (50 mil contos).

Numa longa entrevista a Ana Sousa Dias, na 2: (depois da meia-noite, claro), o director daquele centro disse que nunca conseguiu falar com a respectiva tutela do anterior governo sobre a necessidade imperiosa desse financiamento. E parece rezar por um encontro com o actual ministro - certamente não no túnel do metro ou nas Docas às duas da manhã.

Não sei se, ao falarmos dos 3B em que esta esforçada gente se movimenta (Biomateriais, Biomiméticos e Biodegradáveis), estamos a falar de desígnios nacionais. Desconfio que não.

Mas são 50 mil contos, caramba. Uns meros BMWs da frota nacional. Meio periscópio dum submarino de algibeira. A relva e a instalação sonora do estádio do Algarve. Dois ou três banquetes oficiais regados com Barca Velha.

Faça-se então o peditório e a campanha graciosa: com o Figo e a Elsa Raposo a darem a cara. Para que não voltemos aqui ao assunto. Para que não obriguem aqueles rapazes a vir para a rua gritar. Braga é sossegada e recolhe cedo. Deixem-nos trabalhar!

17.5.05

Outra vez o futebol!

Imagem da revista Foot, Dezembro de 1984. Claque do F. C. Porto, num Porto vs. Sporting.



É bom saber que, 20 anos depois, não mudou quase nada.

Agora a sério, é admirável a capacidade de síntese destes tipos. No fundo, foi mais ou menos isso que o Vítor Constâncio quis dizer com "As medidas são necessariamente difíceis, diversificadas, abrangentes e portanto exigem bastante pedagogia para que os portugueses possam compreender plenamente a situação que se apresenta com dificuldade."

16.5.05

Francisco da Cunha

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Francisco Moita Flores insurge-se aqui contra essa instituição tão portuguesa que é a cunha. Cita Eça de Queirós e lembra o modo como já este era contra a cunha com trechos de obras suas referidos com a amizade e a bonomia que os autores que marcam épocas costumam partilhar com indisfarçada cumplicidade. Insurge-se contra o país que temos. Contra os problemas que ninguém resolve. Como esse da cunha. É uma coisa terrível a cunha, acha o Francisco. Ficamos elucidados. Agora esperamos com impaciência que o mesmo Francisco nos explique duas coisas. A primeira: Quais os pormenores da sua passagem em três tempos de inspector da Judiciária para comentador televisivo de casos de polícia e daqui para autor de toda a ficção nacional da RTP. Honesto e franco como é, nem precisará de nos explicar que sabe perfeitamente que não foi por talento (porque não o tem) e poderá passar directamente aos factos concretos. A segunda: Ninguém duvida dos predicados que terá a actriz Filomena Gonçalves (pessoalmente, acredito que deva ser uma pasteleira de mão cheia) mas haverá algum motivo particular para ter participações de relevo em toda a produção televisiva assinada por Moita Flores que, por acaso, é seu marido?

Cá esperamos os esclarecimentos.

14.5.05

Sob o signo das papoilas

Mitos urbanos III - Horas de ponta





Escreve o Público:
Carruagens de comboio só para mulheres em Tóquio. Medida extrema procura evitar os apalpões e outras manifestações de assédio sexual.


Mitos urbanos II - A síndroma de Benavente



Não há corrupção em Portugal. Ou antes: ela existe, mas truncada.
Expliquemo-nos. Um corrupto tem dois caminhos: pode ser activo ou passivo. Ou então opta pelo melhor dos dois mundos: como Janus, vira bi. Mas raramente.

Ora o que se verifica nos últimos anos é a acentuada diminuição da corrupção activa, a par do crescimento notável da corrupção passiva. O País é corrupto, sim senhor, mas passivamente. Ninguém o corrompe, ele já é. Dir-se-ia um estado de natureza, uma incompletude congénita que perturba os rankings internacionais.

Este fenómeno coloca-nos numa posição sui generis entre os países civilizados. Todos somos suspeitos de vender a alma por um punhado de euros ou outras vantagens patrimoniais (fungíveis ou não). Em teoria, as prisões estariam cheias de corruptos passivos, desacompanhados dos seus congéneres activos.

Ou vice-versa. Na verdade, o gráfico ilustra uma evolução que pode ler-se de modo simétrico. Crescem os activos, diminuem os passivos. Novamente, em teoria: as prisões estariam cheias de corruptos activos, desacompanhados dos seus congéneres passivos.

Somos um acto falhado, uns freaks.

Mitos urbanos I - É o Benfica, estúpido



Sem entrar em pormenores estatísticos, o gráfico demonstra, desde a longínqua época de 1935/36, o efeito positivo das vitórias do Benfica (assinaladas a vermelho) no crescimento do PIB ao longo do mesmo período.

Faltou esta ideia-chave ao Professor Cavaco no seu último artigo: o SLB é bom para a economia nacional! Observe-se as terríveis consequências do jejum da última década.

O choque de que precisamos é, para já, de outro tipo: em vermelho e em multidão, futebológico. O resto virá por si próprio, senhores ministros das Finanças e da Economia. Garantido.

12.5.05

Ser solidário

A propósito do post anterior, diz o PÚBLICO: Santana Lopes solidário com Nobre Guedes, Telmo Correia e Costa Neves

Ser solidário assim pr'além da vida
Por dentro da distância percorrida
Fazer de cada perda uma raíz
E improvavelmente ser feliz

(José Mário Branco)

11.5.05

Contas à moda de Benavente

9.5.05

O fénatismo

Ia matando um peregrino. "Uma", era uma gaja. Ia a atravessar a estrada. E a minha vontade era matá-los todos.

Será que Deus não os castiga por andarem em peregrinação no meio da EN1? Tudo bem, redimem-se dos pecados deles e pagam umas promessas... Mas, e as pessoas que pecam por causa deles? Hoje não consegui evitar um "Foda-se, esta gente é doida!". Chego mesmo a invocar o santo nome de Deus em vão, às vezes até para o insultar. Acredito que com a grande maioria dos automobilistas se passe o mesmo. É que depois não são só eles, também há os carros de apoio ao peregrino, conduzidos por pessoas que nunca guiaram um carro a mais de 30 Km/h e que têm, habitualmente, tendência para manobras suicidas.

Manifestem a fé como bem entenderem. Não tenho nada com isso. Mas tentem fazê-lo em estradas secundárias. E, de preferência, circulando o mais longe possível do meio da estrada.

Mesmo assim, nesta coisa de demonstrações imbecis de fanatismo religioso, estes não são os piores. Pelo menos não explodem, o que é uma grande vantagem.

7.5.05

Subida de divisão

Eu a escrever ontem sobre a "dialéctica do golo cantado" e o homem que gritou esse mesmo golo a morrer no hospital. Caramba.

A Liga Eterna arranjou então um novo comentador. Por isso, imagine-se um monumental frango do Yashine a um receoso chapéu do Feher e o desabafo vindo das bancadas: quéquéissómeu?

Com ele, ripava na rapaqueca!



O último grito aqui.

Enigma

Quando este blog fizer um ano (no próximo 7 de Outubro) , convocaremos a imprensa para desmentir taxativamente a revelação tremenda que se esconde no enigma seguinte:

A - Este blog não é feito por Marques Mendes (MM), embora o seu exemplo nos inspire.
B - Se este blog é feito por Pacheco Pereira (PP), MM é o verdadeiro autor do Abrupto.
C - Se o Abrupto faz dois anos e é feito por MM, então a idade de PP não pode ser um número primo.
D - MM é o autor deste blog e do Abrupto sse a idade de PP é um número primo afastado.
E - A soma das idades de PP e MM subtraída da média diária de comentários do Barnabé é um número imaginário.
F - Se o Bloco rompeu com a 4ª Internacional, então os comentários do Barnabé são feitos por um primo chegado de Francisco Louçã (FL).
G - O primo de FL não é parente do sobrinho de Isaltino Morais (IM), embora ambos sejam taxistas.
H - Se PP publica fotos falsas dos anéis de Saturno, então o verdadeiro candidato a Oeiras é parente de FL e não é taxista.
I - Se os anéis de Saturno não existem, então PP e MM são posts imaginários.
J - PP não é um post imaginário todos os dias.
K - IM e FL não são taxistas no turno da noite.
L - MM é o autor de si mesmo e dos anéis.
M - O exemplo de MM transpira.
N - Todos desistiram da respiração cutânea.

6.5.05

E agora algo completamente diferente

A morbidez contaminou também a 2: Numa espreitadela ao noticiário das dez, duas entradas apanham-me desprevenido. Primeiro, a asma em Portugal; depois, o ressurgimento da poliomielite na Indonésia. Safa!

Há qualquer pulsão inescrutável nestes blocos noticiosos. Dasduasuma: ou as redacções se drogam desvairadamente ou o mundo está completamente doido ou doente. Ou então ambas.

Resultado: o planeta (e o seu luso e incontornável fragmento) passam a uma clandestinidade assombrosa. O indígena que não lê jornais sofre e anda à toa. Pudera. Antes o Destak para satisfazer a DDR (dose diária recomendada) de informação. Muito melhor ainda, como kit de sobrevivência decente: o Inépcia.

Alinhamento

A SIC abriu o jornal das oito com a morte de três crianças. Por esta ordem: uma de meningite, uma assassinada por familiares, a última não se sabe ao certo por quem. Seja.

Todavia, este alinhamento de horrores prosseguiu, sem qualquer intervalo ou preparação psicológica, com a passagem do Sporting à final. Numa dialéctica de golo cantado e a tribal alegria verde transbordando da reportagem e do ecrã.

Finalmente inteirado, como todo o País, da surpreendente ocorrência - graças certamente ao prestimoso servente de obras que ressuscitou o telégrafo experimental de Carnaxide - desliguei a televisão e fui ler o Pulido Valente.

5.5.05

Não é do Sporting mas considera-se patriota?

Então não alinhe em carneirismos.

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Use este símbolo com orgulho.

Mensagem patrocinada pela Liga Internacional Contra a Euforia de Massas

3.5.05

Jousêi Mourinhiiôô...


AHAHAHAHAHAHAH!
AHAHAHAHAHAHAH!
AHAHAHAHAHAHAH!
AHAHAHAHAHAHAH!

(Sim, eu sei, aquela conversa de ser um português e por isso termos que torcer por ele, pedir a Deus(!) que ele ganhe, dar-lhe carinho, etc... Quero lá saber!)

2.5.05

Um post à Pacheco Pereira

विकिपीडिया पर आपका स्वागत है । विकिपीडिया सभी विषयों पर प्रामाणिक और उपयोग, परिवर्तन व पुनर्वितरण के लिये आज़ाद विश्वकोष बनाने का एक बहुभाषीय प्रकल्प है । यद्यपि विकिपीडिया की शुरुआत जनवरी २००१ में हुई थी लेकिन हिन्दी विकिपीडिया की शुरुआत जुलाई २००३ में हुई और अभी हम हिन्दी विकिपीडिया में १२०५ लेखों पर काम कर रहें हैं । मदद के पन्ने पर जाइये और प्रयोगस्थल में प्रयोग करके देखिये की आप खुद किसी भी लेख को कैसे बदल सकतें हैं

(Porque já estava na altura disto ter algum requinte.)

Galhofa à flor da relva

Numa época em que mais nada de interessante acontece, é bom termos as pessoas do futebol para nos irem mantendo a boa disposição. Por um lado, há o presidente do Sporting, Dias da Cunha, que acusa o Benfica de ter os aspectos institucionais da arbitragem na mão. Não é novidade nenhuma que diga isto. A parte engraçada é que, em poucos meses, o "sistema" tenha mudado de gerência de forma tão radical.
Depois há o treinador do Porto, José Couceiro, que diz mais ou menos o mesmo mas com mais palavras (talvez porque não sofre de senilidade como o presidente do Sporting). Nesse palavreado todo cabem pérolas como o Benfica ter ganho ao Belenenses graças ao árbitro (visto que este marcou um penalty que não existiu, depois de não ter marcado um que existiu) e ainda que o clube da Luz está a aproveitar-se agora das ligações que foi estabelecendo ao longo dos anos. E talvez tenha razão. Enquanto os dirigentes do Porto davam mostras da sua filantropia, convidando árbitros para orgias de putas e vinho verde por motivos inteiramente altruístas e fazendo o que quer que tenham feito para dourar o tal apito (que não há-de dar em nada porque somos um país de gente ordeira e de brandos costumes), os dirigentes do Benfica (as centenas que passaram pelo clube nos últimos anos) iam fazendo um esforço concertado (enquanto fingiam não se dar uns com os outros e mesmo com alguns a fingir que eram julgados e presos) para estabelecer ligações. Mas não de uma maneira qualquer, provando até que ponto consegue esta gente ser maquiavélica. Em vez de pôr essas ligações ao serviço dos resultados da equipa, o que seria suspeito, preferiram continuar a perder em casa com equipas recém-promovidas à primeira divisão durante dez anos e a acabar o campeonato em sextos lugares honrosos, esperando a altura certa. Brilhante e assustador ao mesmo tempo.

1.5.05

spa é sempre que o homem quiser



Cristo pregou a preguiça no seu sermão na montanha:

"Contemplai o crescimento dos lírios dos campos, eles não trabalham nem fiam e, todavia, digo-vos, Salomão, em toda a sua glória, não se vestiu com maior brilho." Jeová, o deus barbudo e rebarbativo, deu aos seus adoradores o exemplo supremo da preguiça ideal; depois de seis dias de trabalho, repousou para a eternidade.

O Direito à Preguiça,
Paul Lafargue